Um homem branco, calvo e com evidentes quilos a mais, olha para o vizinho negro e diz “ pianinho, senão ainda voltas para a tua terra”. Este por sua vez, repara numa fila de desempregados e assume “Se quisessem arranjavam todos um trabalho ”. Na mesma fila, dois homens atiram uns piropos machistas a uma mulher que passa. Esta, olha de lado o casal homossexual que atravessa a rua de mão dada e pensa que é preciso muita lata. Eles comentam entre si o véu islâmico de uma outra mulher que passeia o filho “Ao menos podia fazer um esforço para se integrar”. O miúdo, por sua vez, aponta para o homem branco, calvo e com evidentes quilos a mais e exclama: “ Olha, aquele senhor tão gordo!”
A isto chama-se racismo em cadeia- este é pelo menos o titulo de uma história incluída num livro em banda desenhada editado pela Comissão Europeia. São muitas as situações do dia a dia em que, muitas vezes inconscientemente, o nosso discurso roça a intolerância. Reflicta bem sobre quantas frases por dia utiliza e que são discriminatórias.
No transito, nunca se irritou por aquele “velhote” ir à sua frente a 20 à hora? Num negócio, nunca teve tendência a chamar “cigano” ao vendedor? Ao fim de semana, não acha “normal” o homem ir à bola e a mulher ficar a fazer o jantar? E chamar "def..."(iciente) a um colega que não conseguiu concluir uma tarefa?
Desde o ano 2000, que as Leis Europeias para a Igualdade consagram ilegal a discriminação- com base na raça ou etnia, orientação sexual, religião, crença, género, deficiência ou idade. No entanto, as mentalidades não se mudam por decreto . Daí o meu desejo para que neste Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos e para Todas, cada um de nós aproveite esta hipótese de mudar as nossas frases. as nossas atitudes. no fundo, os nossos corações.
segunda-feira, julho 02, 2007
Grátis, grátis!!
Picasso, Duchamp, Magritte, Francis Bacon, Andy Warhol, Paula Rego, Vieira da Silva, entre outros. Todos juntos num mesmo espaço: no novo museu Colecção Berardo. Em apenas 30 horas, quase 30 mil visitantes- numa matemática simples, praticamente mil pessoas por hora a chegar ao CCB, para ver, gratuitamente, esta mostra de Arte Moderna e Contemporânea, organizada por Jean-François Chougnet,
São, infelizmente, raros os casos em que se registam enchentes por causa de um evento com um carácter eminentemente cultural. Lembro-me das filas à porta da Gulbenkian, para ver Amadeo Souza Cardoso. São poucos mas são dias que provam que nem só um derby ou a tentativa de bater um qualquer record do Guiness, levam a população a sair de casa. 316 milhões de euros à vista de todos. Será que foi por isto? Uma OPA ao Benfica poucos dias antes. Curiosidade dos adeptos da águia? Ou será só… por ser à borla? A razão não parece ser fundamental. Fundamental é mesmo tirar as famílias dos centros comerciais e colocá-las em centros culturais! Respirar arte, partilhar diversidade. Mostrar aos miúdos os quadros de Miró para depois fazerem desenhos inspirados no senhor pintor espanhol.
Não há prática cultural que resista a um baixo índice educacional. Por isso impera conhecer um pouco de tudo o que seja expressão artística : pintura, escultura, fotografia, concertos. Querendo, há formulas gratuitas para aceder a um mundo que outrora já foi considerado elitista.
Picasso, Duchamp, Magritte, Francis Bacon, Andy Warhol, Paula Rego, Vieira da Silva, entre outros. Todos juntos num mesmo espaço: no novo museu Colecção Berardo. Em apenas 30 horas, quase 30 mil visitantes- numa matemática simples, praticamente mil pessoas por hora a chegar ao CCB, para ver, gratuitamente, esta mostra de Arte Moderna e Contemporânea, organizada por Jean-François Chougnet,
São, infelizmente, raros os casos em que se registam enchentes por causa de um evento com um carácter eminentemente cultural. Lembro-me das filas à porta da Gulbenkian, para ver Amadeo Souza Cardoso. São poucos mas são dias que provam que nem só um derby ou a tentativa de bater um qualquer record do Guiness, levam a população a sair de casa. 316 milhões de euros à vista de todos. Será que foi por isto? Uma OPA ao Benfica poucos dias antes. Curiosidade dos adeptos da águia? Ou será só… por ser à borla? A razão não parece ser fundamental. Fundamental é mesmo tirar as famílias dos centros comerciais e colocá-las em centros culturais! Respirar arte, partilhar diversidade. Mostrar aos miúdos os quadros de Miró para depois fazerem desenhos inspirados no senhor pintor espanhol.
Não há prática cultural que resista a um baixo índice educacional. Por isso impera conhecer um pouco de tudo o que seja expressão artística : pintura, escultura, fotografia, concertos. Querendo, há formulas gratuitas para aceder a um mundo que outrora já foi considerado elitista.
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