sábado, abril 14, 2007

Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem destrói o seu amor próprio, quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias o mesmo trajecto, quem não muda as marcas no supermercado, não arrisca vestir uma cor nova, não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o "preto no branco" e os "pontos nos is" a um turbilhão de emoções indomáveis, justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho, quem não se permite, uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da chuva incessante, desistindo de um projecto antes de iniciá-lo, não perguntando sobre um assunto que desconhece e não respondendo quando lhe indagam o que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior do que o simples acto de respirar.

Pablo Neruda

2 comentários:

Lena Carapucinha disse...

Morre quem não vive ou não ousa viver!
A vida é uma luta constante, há que ter coragem para encarar os problemas do dia a dia de uma forma positiva. Viver um dia de cada vez e nunca perder a esperança de um Amanhã; O sol nasce todos os dias e todos os dias os raios são diferentes.
Há horas em que se chora, horas que se ri, horas que parece que o Mundo vai acabar, mas ... também há horas que temos que pensar que não há maior fraco que aquele que não tenta, que não grita, que não se impõe!
Lutar é a palavra!
Que morra a morte para viver a vida!
Mª Helena Lima

Isabel Victor disse...

Pablo Neruda, sempre !

Foi bom ler aqui e AGORA este texto.

BloAbraço